Avançar para o conteúdo principal

O tatuador de Auschwitz - Heather Morris


Este livro conta-nos a bonita história de amor entre Lale e Gita que nasce num cenário improvável e desolador.

Contamos já com muitos livros que exploram a temática do Holocausto, alguns, numa vertente mais factual, outros, numa vertente mais ficcionalizada.

Este romance, em particular, foi escrito através do olhar de Ludwig Eisenberg que, em 1942, é obrigado a ir para o campo de concentração de Birkenau.

Desde cedo, invadido por um espírito de otimismo e de sobrevivência, faz uma promessa a si próprio, sair vivo daquele sitio. A partir desse momento, toda a sua jornada tem como objetivo viver um dia de cada vez, mas sempre com os olhos postos num futuro risonho e feliz. Lale tenta, de forma original, levar a sua missão a cabo. Com um jeito humilde e cativante, trava amizades com algumas pessoas que o vão ajudando.

Mas o segredo da sua luta reside no amor correspondido. Apesar da miséria que assola cada centímetro daquele campo de concentração, Gita representa a esperança num futuro melhor. É por ela que Lale se vai movendo no tempo e no espaço.

Se até então víamos um Lale corajoso, após conhecer Gita, ele torna-se ousado. Arrisca a própria vida, vezes sem conta, para proteger e cuidar da sua amada.

Particularmente, custou-me um bocadinho ler este livro porque achei algumas situações inverosímeis e os diálogos perpassam alguma superficialidade e, arrisco dizer, alguma infantilidade.

A nível temático, esperava mais originalidade e novidade pois trata-se de um tema muito saturado. Ao seu nível mais formal, achei a escrita pouco densa e os personagens pouco aprofundados.

Apesar de constituir um clichê,  o final é feliz. O leitor acaba por sentir alguma satisfação, face às circunstâncias. O epílogo escrito pelo filho de ambos também é um ponto muito positivo do livro, principalmente porque confere e confirma a grandeza de caráter destes dois jovens apaixonados.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Tudo o que nunca fomos - Alice Kellen

  Quando vi a sinopse deste livro achei que fosse mais uma história cheia de drama e clichês mas não podia estar mais enganada. Este livro foi uma agradável surpresa porque aborda temas difíceis de uma forma suave e bonita. Leah e Oliver veem a sua vida virada do avesso quando os pais morrem num acidente de carro. As consequências são devastadoras e muito diferentes em ambos. Oliver “obriga-se” a crescer e mascara a dor através das responsabilidades assumindo a posição de tutor da irmã, ao passo que Leah, mergulha num estado de isolamento e de profunda apatia. Leah que sempre adorou pintar a vida de todas as cores, deixa de o fazer. Com contas para pagar e com a responsabilidade de garantir um futuro para a irmã, Oliver aceita uma proposta de trabalho longe de casa. Axel, o melhor amigo de Oliver, aceita “tomar conta de Leah” durante a sua ausência. Axel tem agora uma missão. Resgatar Leah, fazê-la voltar a acreditar nas cores que a vida tem. Mostrar que podemos renascer ap...

Recomeçar Again – Mona Kasten

  Liberdade. Este é o propósito de Allie Harper quando muda de cidade e de vida. Allie sonha com este dia há muito. O dia em que finalmente se torna independente e recomeça um novo ciclo da sua vida. Porém, Allie precisa de uma sitio para morar, várias são as casas que visita, mas só uma parece ser a certa. O apartamento de Kaden White. Kaden é intragável, à primeira vista e talvez à segunda e à terceira. Ele dita um conjunto de regras que terão de ser respeitadas para a vivência de ambos. Contudo, há sentimentos à espreita e nem sempre será fácil respeitar os limites. Esperava mais desta leitura. Tanto pelas opiniões que já tinha ouvido, como pelo romance em si, pois quem consegue resistir a um bad boy mas com um coração do tamanho do mundo? Tal não se verificou. Achei a história muito fraquinha e demasiado previsível. Os personagens têm pouca densidade e, quase sempre, vivem num melodrama diário. Apesar de ser um YA, pende exageradamente para o young. Creio que a ún...

O dia em que perdemos a cabeça - Javier Castillo

O título e a capa deste livro contribuem para nos interessarmos, desde logo, por esta leitura. As cores, a imagem e o jogo de palavras sugerem uma aura de mistério que estará, de facto, presente ao longo de toda a narrativa. O dia em que perdemos a cabeça é uma alusão literal e psicológica que toma parte de toda a ação do livro. Nesta narrativa confluem três ações diferentes que tem lugar em espaços e tempos diferentes. Estas ações são delimitadas pela alternância de capítulos. Os capítulos são curtos e muito intensos o que acaba por deixar o leitor muito atento e sedento de mais história. A premissa “principal” é insólita. Um homem caminha nu com uma cabeça na mão no dia 24 de dezembro. As teorias surgem, de imediato e à velocidade da luz. Somos arrastados para uma atmosfera de mistério, sem que inicialmente, consigamos perceber muito. Como seria de esperar, e sem oferecer resistência, este homem é preso e levado para interrogatório. A investigação posterior é conduzida pelo ...