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Ano
de 1974. É o ano em que, pela primeira vez, em plenas férias de Verão num campo
de férias, um grupo de seis amigos junta-se e autoproclama-se “os
interessantes”.
Apesar
de haver seis personagens principais, inicialmente, há uma que se vai
destacando pois a narração é feita através do olhar dela.
Julie, Ash, Ethan, Goodman, Jonah e Cathy. Seis
amigos que fazem uma promessa de amizade eterna. Seis amigos que partilham os
mais diversos talentos. Seis amigos que sentem invencíveis e, sobretudo, mais
interessantes que a maioria dos comuns mortais.
Porém,
este sentimento de invencibilidade será diluído através do tempo e da vida.
Esta questão das expectativas falhadas é algo muito bem retratado neste livro.
A sensação da adolescência de que dominamos o mundo e nascemos para vencer,
rapidamente se transforma em frustração, medo e resignação. E é esta a dor de Jules
e a nossa. O tempo passa e rouba-lhes a esperança e o “talento”.
O
que mais gosto nesta “caminhada” pela vida dos personagens é o facto de termos
acesso a tudo o que eles são, no seu mais íntimo. Não há certo ou errado. Não
há aquele conceito do bem. Há uma luta constante entre aquilo que são e o que
gostariam de ser, entre querer a
felicidade do amigo mas ter inveja dela.
Ninguém
nos prepara para num dia sermos interessantes e, no outro, sermos comuns. Este
tipo de desencanto transforma estes amigos. Traz à tona sentimentos mais
sombrios mas legítimos.”(…) Talvez na vida houvesse não apenas momentos de
estranheza mas também momentos de conhecimento.” É talvez nas circunstâncias
mais desfavoráveis que estes amigos se descobrem.
Apesar
da dolorosa constatação de que “só se tinha uma oportunidade de criar uma
identidade na vida, mas a maior parte das pessoas não deixava qualquer marca.”,
eles continuam o caminho. Apesar da tentativa de alheamento, da recusa em
assumir que, afinal, nem sempre são moralmente corretos, eles continuam a
desempenhar o papel que lhes é esperado. Ao longo dos cinquenta anos aqui
descritos, aquele verão de 1974 será sempre um refúgio. Uma espécie de
lugar-sonho. Um lugar onde ir quando nada parece dar certo.
Um
lugar de projeções, de talento, de vida que apenas perdura na memória.
Juntamente com a triste perceção de que afinal “não são assim tão
interessantes”.
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